Em meados deste mês, o Movimento Camponês Popular (MCP) saiu em marcha do acampamento montado em Brasília para protestar na porta do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. Um dos principais itens da pauta de reinvindicação era o fortalecimento do sistema de sementes crioulas, que são as sementes originais de várias espécies alimentícias cultivadas.
O MCP realiza uma permanente defesa dessas sementes. Elas incluem hortaliças, flores e cultivos básicos como arroz, feijão, trigo e milho de diversas cores, formas e tamanhos.
Na avaliação do movimento, variedades crioulas promovem a soberania alimentar dos povos, que adquirem a posse das sementes, não necessitando comprá-las a cada safra, ao contrário das híbridas ou transgênicas. “Diversas famílias camponesas não tinham dinheiro para plantar porque o custo era muito alto. Escutamos vários relatos sobre o cultivo de variedades crioulas ter resgatado a possibilidade do camponês e da camponesa produzir alimento”, ressalta Ezequiel Gonçalves, da coordenação do MCP.
As experiências do movimento comprovam que sementes crioulas podem produzir mais alimentos com menor custo que as híbridas ou transgênicas. O cultivo é agroecológico, produzindo comida mais saudável e contribuindo para a preservação ambiental. Os ensaios adaptam as sementes ao solo, clima e manejo das comunidades, aumentam a produtividade e ampliam o conhecimento das famílias camponesas através das pesquisas participativas.
De acordo com o MCP, "o trabalho com sementes crioulas resgata a identidade dos povos do campo, mantendo tradições, pratos típicos e toda a mística que cerca as famílias. É uma alternativa economicamente viável, ambientalmente sustentável e socialmente justa. A valorização do conhecimento local é de fundamental importância nestes tempos em que comunidades camponesas inteiras estão desaparecendo, pressionadas por agrocombustíveis e plantações voltadas ao mercado financeiro".
(Fontes: Portal Brasil e Comunicação MCP)
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