Há poucos dias, conversava com uma mulher sobre a alimentação de sua filha de 7 anos. Ela dizia toda desanimada que a menininha não aceita comer nada que seja saudável, que era muito resistente, tudo que é “estranho!” era ruim para ela, contava que, quando se tratava de verduras ou legumes, a coisa toda piorava e que não sabia mais o que fazer.
Em meio àquela conversa informal, apenas sugeri que continuasse oferecendo os alimentos de maneiras diferentes, que não desistisse fácil. Comentei que gostava de trabalhar com alimentos sem sabor forte e sem condimentos ou temperos, sugeri que tentasse com brócolis cozido ou no vapor e que, se ela não aceitasse bem o sabor, poderia tentar colocar no meio de uma sopa ou misturar com o arroz.
Quando a reencontrei, a mãe me contou que havia tentado com brócolis no meio do arroz, mas que a criança catava o bendito e deixava no canto do prato, sequer se arriscava a colocar na boca. Mas, em outro dia, foi de brócolis japonês (aquele que tem cabeça única e cheia, também conhecido como brócolis ninja), fez no vapor, colocou no prato dela, disse que era uma verdura crocante que se parecia com uma mini-árvore. E, desse jeito descontraído, pediu que ela experimentasse aquele raminho em seu prato e dissesse o que achava. Não é que deu certo? A pequena gostou e saiu dizendo que queria comer de novo “mini-árvores”.
A maneira mais eficaz de fazer com que a criança goste de alimentos mais saudáveis se resume fundamentalmente em não se cansar de lhe oferecer pra ela tais alimentos. Faça isso sempre. O mais comum é que os pais tentem umas duas vezes, no máximo, desistindo rápido. Ouço muito frases do tipo: “Meu filho não gosta disso, não come mesmo!”. Não é por aí.
Certa vez, uma mãe dizia que o filho não gostava de beterraba. Eu indagava: “Como você faz para ele?” Ela respondeu que servia crua, apenas ralando e temperando com azeite, limão e pimenta-do-rein’. Em outra visita, levei a tal da beterraba para a criança, cozida, em rodelas e sem tempero algum – apenas seu sabor natural adocicado. O pequeno comeu e saiu dizendo que adorava beterraba.
Crianças pequenas têm o paladar mais aguçado e geralmente rejeitam sabores muito fortes (ácidos, apimentados, etc.). Provavelmente, o tempero da salada da mãe do menino que não comia beterraba fez com que ele rejeitasse o alimento a princípio.
Voltando ao brócolis, criança ou não, o vegetal é danado de bom para a nossa saúde. Ele contém vitaminas e minerais essenciais em abundância. É excelente fonte de vitamina C (uma xícara contém duas vezes a quantidade de vitamina C que um adulto precisa em um dia), boa fonte de vitamina A e folato (um terço ou mais da ingestão recomendada de ambos), apresenta quantidades significativas de proteínas (5 g), cálcio (130 mg), ferro (1,2 mg) e outros minerais; tem alto teor de fibras (2,5 g) e, o melhor, tudo isso com um baixo valor calórico. Aquela mesma xícara de brócolis cozido contém somente 40 calorias.
Resumindo, ele tem compostos que ajudam a combater inflamações, fortalecer os ossos, manter o sistema nervoso saudável e auxiliar na digestão; Para completar, o vegetal faz parte do seleto grupo dos alimentos funcionais. Isso significa que ele é interessante não apenas pelo seu valor nutricional, mas pelo seu valor funcional, ou seja, sua capacidade comprovada de poder reduzir ou prevenir riscos de doenças.
Ao longo dos últimos anos, diversos estudos revelaram que o índice de incidência de certos cânceres entre pessoas que comem grandes quantidades de brócolis é significativamente reduzido, pois ele é rico em compostos bioativos que estimulam a produção de enzimas que combatem a sua formação. Em outros estudos, o brócolis foi capaz de minimizar os riscos de catarata, reduzir o colesterol sérico e prevenir doenças cardiovasculares. Por tudo isso, vale a pena investir no brócolis.
(Autora: Fernanda Pontes. Fonte: jornal O Popular, Goiânia, 17/06/2015)
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